segunda-feira, 18 de maio de 2009

Avesso

Não existe mais em mim sensação, cheiro e frio de coisas que me entristeceram no passado, seus longuíssimos dias já se foram com um punhado de palavras não ditas no acaso das horas, no levar da onda que o vento varreu... Das miudezas adormecidas, ressuscitei apenas alguns adeuses que foram molhados, só pra ter certeza que incertezas não me prendiam mais.
Não me aflige mais as noites longas, o despertar na madrugada silenciosa, e a cor cinzenta dos objetos indefinidos pela penumbra do abajur... Não me aflige os demônios que voam, nem as suas armadilhas...
Não me aflige mais o eco do meu pensamento e seu costumeiro latejar, todo castigo se foi, como a água de um córrego, não volta mais.
E a lua? Esse satélite magnífico, suas fases, admiravelmente não me causa mais aquele aperto no peito, da lua cheia, branca, linda, imponente e convidativa, além do encanto e fascínio, me trás a serenidade de gente feliz, a paz que eu sempre almejei e mereço, pode crer!
Mochila desfeita, fim do porto, momento chicabana de ser... Hora de abrir os olhos para a imensidão do avesso, do avesso, do avesso, reflexo de mim...
Autora:Rubia

Um comentário:

  1. Bem escrito. Passa a idéia de superação de um momento difícil, fruto da falta de comunicação.

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Sou simples e disposta para as boas coisas. Amo o belo, mas a minha admiração maior é na alma. Por isso eu escrevo, e como diz Clarice... "Escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...” Então, eu vou desabrochando a cada dia, com esperança, determinação, amor no corazón, tecendo minha vida, tal como uma linda aranha tece a sua fenomenal teia... Escrevo, sobretudo, "Porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando"... Romântica? Profunda? Complexa? Não sei, traduza-me...