Sentimentos de esperança e arroubos bobos o tempo não rouba de mim, mesmo que a vidraça esteja por vezes embaçada, procuro no horizonte o vôo do pássaro, fênix do amanhã. É assim que vou fazendo a minha história, pois, vivo de sutilezas, enquanto vou tecendo a manta, cobertor de lã, que me aquece o frio da alma. Penso baixinho: porque será que nunca concluo o livro, denso, convidativo, sempre inacabado, final não se faz? Acho que é porque tenho os olhos rasos, de sol, sal e mar... E nesse impasse, entre concluir um livro e viver a minha história, vou deixando o tempo levar com as espumas salgadas, pedregulhos, conchas, caramujos, siris, estrelas, sargaços e a minha silhueta a vagar. Mas, nem tudo me encabula, pois tenho a boca metálica que se abre brilhante transmitindo e extraindo coisas boas, sussurrando, até gritando muitas vezes. O grito... Ele é terapia para quem não quer ser sempre controlada. E entre uma vírgula e outra do texto da minha vida, um belo grito é acalento do som. Afinal, o que seria do silêncio sem o som de um grito. Ora, pois, pois!
Sinto-me sempre assim, gritante, ressurgindo de uma bola de fogo, que aquece a água fria, amorna a temperança, e deixa-me cada vez mais encantada com o brilho da luz neon que clareia de forma elegante o meu caminho e o “seu brilho silencia todo som”
Fui...
Sinto-me sempre assim, gritante, ressurgindo de uma bola de fogo, que aquece a água fria, amorna a temperança, e deixa-me cada vez mais encantada com o brilho da luz neon que clareia de forma elegante o meu caminho e o “seu brilho silencia todo som”
Fui...
Autora:Rubia