Nessas horas consumidas em dias nublados quando nos atrevemos a percorrer os labirintos inimagináveis dentro do desconhecido íntimo, não tem jeito, nem hora, mesmo que sejam as cinco da matina, abrimos a janela e sentimos a brisa fria cortar a carne quente. Atreva-se!
Não importa se ao longe a relva verdinha ainda escura te faz pensar coisa que também está escuro... Ainda que secreta, quieta, a coisa escura estará lá... Nesses instantes em que o céu se abre lento, saudando-nos com seu crepúsculo, o tic tac do relógio nos confirma mecânico, que outro dia começa, e o ciclo vira.
É exatamente assim que acontece, você e você, e ninguém mais, assim como um processo fenomenológico, onde o objeto é como você o percebe, como você vai construindo a sua consciência a partir da interpretação silenciosa ou não, da sua vida. Na verdade, não existe fórmula, nem acertos, nem promessas, apenas a vida latente que se abre e se forma dia após outro, excitante nas descobertas, profundo nas tristezas e alegrias que te faz ser outro e outro e outro e outro... Metamorfose.
Nesses dias de plenos D E V A N E I O S você se redescobre em muitos amigos, parentes, pessoas próximas e às vezes nem tão próximas assim, o fato é que nessas pequenas observações silenciosas retorcidas se constrói a obra inteira! Você!
Autora: Rubia